A perspectiva é de que os primeiros experimentos no Sertão sejam feitos até junho deste ano. “O lodo dos tanques de piscicultura é rico em fósforo e tem potencial de recuperar o solo”, explicou a professora do curso de gestão ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Ifpe), Marília Lyra, uma das responsáveis por essa linha de pesquisa.
A preocupação do Innovate com o solo vai além do reuso do lodo. Ao mesmo tempo em que farão as experiências com sedimentos da barragem e dos tanques de peixes, os pesquisadores também vão analisar aspectos como a erosão, a salinização do solo e o emprego de agrotóxicos. Isso vale para atividades econômicas já existentes na região, como a produção irrigada, e as que estejam previstas.
“Os estudos devem considerar a questão das mudanças climáticas no semiárido”, esclareceu a coordenadora brasileira do Innovate, Maria do Carmo Sobral. Ela é professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma das 21 instituições participantes do Innovate. Dentro da preocupação com alterações do clima, o projeto fará estudos voltados ao uso da água e à conservação da caatinga.
A princípio, a parceria entre o Brasil e a Alemanha deve durar três anos, período que pode ser ampliado para cinco. Mais de 50 profissionais atuarão na iniciativa. Os trabalhos vão contar com 19 doutorandos alemães e 20 brasileiros de diversas áreas como biodiversidade, recursos hidrícos, manejo de solo e planejamento estratégico. A iniciativa tem o apoio dos ministérios de Ciência e Tecnologia do Brasil e de Educação Superior e Pesquisa da Alemanha. O investimento total na pesquisa é superior a R$ 10 milhões.
Alemães e brasileiros se reuniram ontem pela manhã e à tarde no campus tecnológico do Ministério de Ciência e Tecnologia, na Cidade Universitária, no Recife. De hoje a quinta-feira, o grupo vai conhecer o lago de Xingó e o entorno da barragem. O programa prevê visitas a projetos de irrigação, de transposição do Rio São Francisco e de preservação do bioma caatinga.
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