Toneladas de lixo foram retiradas das margens da Lagoa Mundaú por pescadores que participaram de uma gincana promovida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA/Alagoas), no trecho entre o Pontal da Barra e o Flexal de Baixo, em Bebedouro.
Com apoio da Federação dos Pescadores de Alagoas, o evento mobilizou pescadores das colônias Z-2, Z-4, Z-5 e Z-16 em três pontos da cidade de Maceió. A montanha de lixo – principalmente garrafas pet, sacos plásticos e uma quantidade assustadora de pneus – retirada pela comunidade mostrou a gravidade dos níveis de poluição naquele complexo.
O volume de lixo retirado pelos pescadores usando apenas as mãos revela que um trabalho planejado e com uso de equipamentos adequados de coleta é necessário e urgente. “Precisamos que seja feita limpeza, desassoreamento e um trabalho de conscientização. Isso é lixo doméstico jogado pela comunidade”, reclamou a presidente da Colônia Z-4, Eliane Moraes.
Segundo ela, o complexo estuarino Mundaú/ Manguaba tem padecido com a poluição e, se não forem adotadas providências, a lagoa vai desaparecer. Vasos sanitários e sofás, cadeiras de ferro, mangueiras e outros objetos poluidores assustaram a presidente da colônia e a própria comunidade do Flexal de Baixo. Para Eliane, um trabalho de coleta seletiva é fundamental para reduzir a poluição nas lagoas. Ela defendeu a reativação do projeto Gari Pescador, já desenvolvido pela Prefeitura de Maceió, que remunerava pescadores para cuidar da limpeza da lagoa. “Além da garantia de uma renda extra, ajudava a preservar o meio ambiente”, argu-mentou.
O presidente do Comitê do Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), Ronaldo Cerqueira, acompanhou a ação na Lagoa Mundaú. Diante de uma cena fora do comum – um homem andava de cavalo há mais de 30 metros da margem –, Cerqueira apontou para o assoreamento da Lagoa Mundaú. Além do absurdo volume de lixo que polui as lagoas, ele disse que o assoreamento é outro sério problema. “A limpeza não funciona adequadamente e a SMCCU não fiscaliza como deveria a ocupação e outros danos que ocorrem às margens das lagoas”, reclama ele.
Fonte:ipesque
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