sábado, 16 de junho de 2012

Proibida a pesca do bacalhau

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União Europeia proíbe no inverno a pesca em boa parte do mar do Norte, na Noruega
Pescar bacalhau no Inverno vai ser proibido já este ano em boa parte do mar do Norte, na Noruega.
Trata-se de uma decisão de emergência tomada pela União Europeia (UE) no fim da última semana para tentar responder ao perigo de ruptura que ameaça o peixe mais popular na dieta portuguesa. É a medida mais radical alguma vez tomada e surge após várias semanas de conversações entre os ministros da Pesca da UE e as autoridades norueguesas que têm a responsabilidade de monitorizar as unidades populacionais desta espécie naquelas águas.

Durante o período de desova, a pesca do bacalhau vai ser interdita durante 12 semanas numa tentativa desesperada para recuperar as reservas do peixe que ameaçam desaparecer ao continuar debaixo da pesca intensiva. Além da redução de quotas, os ministros de pesca europeus decidiram também solicitar à comissão europeia que elabore um programa abrangente com o objetivo de resgatar o bacalhau da extinção no mar do Norte.

No Báltico Oriental, no entanto, as regras são outras e os pescadores vão até poder pescar maiores quantidades de bacalhau. A União Europeia planeja aumentar em 2013 as quotas de pesca não só para o bacalhau, como para o arinca ou o arenque, apesar das críticas dos ambientalistas e dos cientistas europeus. De acordo com o comunicado, há agora 11 espécie de peixe que estão a recuperar bem em algumas águas europeias. Além do bacalhau, no Báltico Oriental, constam também desta lista espécies como o arinca, no Oeste da Escócia e no Mar do Norte, a lagosta no mar da Irlanda ou a solha no mar do Norte.

Avisos. As organizações ecologistas europeias como a Oceana Europe já vieram alertar para os perigos que o aumento da captura destes peixes pode provocar ao atrair a pesca sem regras e advertem ainda para o fato de a medida contrariar as recomendações dos investigadores. “As frotas da União Europeia vão ser autorizadas a apanhar no próximo ano mais 11 do que é recomendado pelos cientistas”, critica o dirigente da Oceana Europe, Xavier Pastor, avisando desde já que a sustentabilidade entre as unidades populacionais de peixe e a atividade pesqueira nunca será alcançada se a “Europa teimar em prosseguir esta política”.

Basta aliás olhar para as estatísticas europeias para verificar que 47 dos estoques de peixe no Atlântico e 80 das reservas no Mediterrâneo são alvo de pesca intensiva. Xavier Pastor avisa ainda que atualmente apenas 20 unidades populacionais de peixe na Europa estão livres de perigo. A União Europeia, contudo, tem um entendimento diferente e acredita que os esforços feitos nas últimas décadas estão agora a dar frutos.

Para provar que o futuro não será assim tão pessimista, o comunicado da UE recorda que em 2009 existiam apenas cinco unidades populacionais de peixes que não estavam sujeitas à pesca excessiva e hoje são quatro vezes mais. Este foi o principal argumento para subir as quotas, que segundo a comissão europeia irá permitir um acréscimo de 135 milhões de euros para a indústria da pesca.


http://www.ipesque.com.br/Materias.asp?id_publicacao=1555

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