terça-feira, 31 de julho de 2012

O preço da ração dispara!

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Preços recordes da soja e milho prejudicam cadeias produtivas de aves, suínos e peixes
A explosão recente dos preços das commodities de soja e milho está influenciando diretamente os custos de produção das cadeias de aves, suínos e peixes, que dependem dos produtos para a alimentação dos animais.
Representantes dos setores conversaram com a FOLHA e já falam em repasse dos valores para o consumidor final. De acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a soja chegou ontem ao patamar de R$ 70,55 a saca, sendo que no período de um ano o valor saltou 74. Já o milho atingiu a casa dos R$ 26 a saca, aumento de 9,4 comparado com julho de 2011.

A engenheira agrônoma do Deral, Margorete Demarchi, disse que a alta recorde destas duas commodities está balizada na quebra da safra 2011/12 de soja na América do Sul, a quebra da safra da soja e do milho nos Estados Unidos e a variação cambial, favorecendo a exportação e dificultando a aquisição dos produtos pelos setores internos. ``Tais insumos são fundamentais para estas cadeias. A produção da soja já está fechada. Já o milho, existe a expectativa da colheita recorde para a segunda safra, ultrapassando, no Estado, 10,3 milhões de toneladas``, relatou.

No caso da avicultura, a alimentação corresponde a 70 do custo de produção, sendo que 32 da receita padrão da ração inclui farelo de soja e 65 milho. A tonelada do farelo de soja ultrapassou o valor de R$ 1 mil: uma alta de 59 comparado a junho do ano passado.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, comentou que o preço do quilo do frango vivo saltou 30 (de R$ 1,46 para R$ 2,12) nos últimos nove meses, muito devido à alta da soja e do milho. ``Ainda não repassamos ao consumidor porque nossa cadeia é integrada e trabalhamos com prazo. Porém, não há como a indústria reter este preço. Também não é possível repassar todo o custo, até porque temos que sentir como será nossa demanda.``

No caso da piscicultura, a situação dos produtores é mais complicada, até porque a cadeia não possui a força como a de aves no Paraná. Neste setor, a ração é responsável por 75 do custo de produção. Segundo o gerente da Câmara Setorial de Piscicultura do Paraná, Jefferson Osipi, a tabela de preços das empresas que comercializam rações tem oscilado quase diariamente. ``Em alguns estabelecimentos, o quilo da ração saltou de R$ 1,10 para R$ 1,40 o quilo. Nós nunca havíamos visto o mercado desta forma na última década``, salientou Osipi.

Para o representante da cadeia, este aumento abrupto pode acabar inviabilizando a produção dos animais. Osipi disse que é fundamental que a cadeia de produtores esteja mais integrada para enfrentar tais adversidades. ``Não conseguimos mensurar ainda, mas os peixes que estão sendo alimentados hoje certamente chegarão com preços mais caros ao consumidor".



Fonte: Avicultura Industrial por Redação

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