terça-feira, 31 de julho de 2012

Recorde de baleias francas

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Projeto Baleia Franca registra um número maior no mês de julho em Santa Catarina
O Projeto Baleia Franca bateu recorde no mês de julho. Desde quando começaram os sobrevoos de monitoramentos em julho de 2002, nunca foi visto um número tão grande de baleias, para época, em Santa Catarina.
O recorde anterior foi em 2009, quando foram contabilizados 61 baleias no litoral catarinense. Neste mês, na primeira parte do sobrevoo realizado na última quinta-feira, 62 baleias foram avistadas entre Imbituba e Torres (RS). Na última sexta-feira, no trajeto realizado entre Imbituba e Lagoinha do Leste, em Florianópolis, mais 41 animais foram observados. Do total de baleias identificadas nos dois dias, 32 eram filhotes, muitos deles bastante pequenos, provavelmente nascidos há poucos dias.

No sobrevoo foi possível observar que algumas baleias que estiveram em 2009 em Santa Catarina retornaram esse ano para procriar e ter seus filhotes. A espécie apresenta um ciclo reprodutivo trianual, o que faz com que muitas fêmeas voltem neste intervalo para o nascimento de novos filhotes. “Vimos baleias que estiveram há 3 anos na região. Esse foi o ano quando estavam acontecendo as obras de ampliação do Porto de Imbituba. Ter esses animais retornando ao Estado significa que o trabalho do Projeto deu resultado, que as obras, já concluídas, e monitoradas pelo PBF na época não interferiram no ciclo desses animais”, revela a Diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca, Karina Groch.

Entre as baleias, um filhote de baleia-franca albino também foi observado. De acordo com especialistas o nascimento destes filhotes é raro devido a baixa probabilidade de combinação genética fundamental para proporcionar esta característica ao indivíduo. Além do filhote albino, a equipe avistou uma baleia adulta com manchas, também de ocorrência rara, mas possível na espécie.

“O resultado deste sobrevoo pode ser um reflexo do crescimento populacional da espécie e é uma recompensa por nossos esforços de conservação e pesquisa do Projeto Baleia Franca, que este ano completa 30 anos de atividades” comemora Karina.

Animais vítimas de rede de pesca - A equipe avistou duas baleias com pedaços de rede de pesca presos aos animais. Para o Dr. Paulo Flores, Analista Ambiental do Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, especialista em cetáceos que trabalha com fotoidentificação há 14 anos, essa cena tem sido uma ocorrência frequente nos últimos anos. “Avistamos duas baleias com pedaços de redes de pesca presos nas calosidades da cabeça. Contudo, a maioria desses pedaços de rede se desprende dos animais, conforme comprovam nossos registros. Porém, uma das baleias fotografadas nesta sexta está bastante debilitada fisicamente, o que pode comprometer sua sobrevivência”.

É a primeira vez que a equipe avista uma baleia debilitada como esta. No entanto, Flores alerta que qualquer atitude ou tentativa de aproximação com o intuito de ajuda e desenredamento deste animal ou de qualquer outra baleia-franca é bastante arriscada e ressalta que deve ser demandada e realizada pela autoridade competente e com a devida atribuição, neste caso, o Centro Mamíferos Aquáticos-ICMbio-MMA.

Curiosidade - Em SC as maiores concentrações ocorreram em praias do município de Imbituba, 16 baleias foram contabilizadas na enseada da Ribanceira e Ibiraquera. Já na Praia da Vila e Itapirubá Norte, foram registrados 13 animais.


Fonte: Engeplus por Douglas Saviato



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