Uma aposta lucrativa
Vista aérea de uma fazenda de peixes. Foto: André Bergamo
Alguns anos depois que comecei a surfar um sonho surgiu em minha mente: morar em uma fazenda à beira-mar bem em frente a um pico de ondas perfeitas e constantes.Imaginava pegar ondas sempre que as condições estivessem boas e ao mesmo tempo sustentar os meus grandes e pequenos vícios produzindo alimentos. Em busca deste sonho, fui estudar agronomia e depois pescar, literalmente.
Várias toneladas de cação e lagostas, muito surf e cinco anos depois, achei que o dinheiro é que iria realizar o meu sonho. Fui atrás dele e percebi que na verdade este caminho faz com que os sonhos sejam na maioria das vezes adiados, ou até ficando em segundo plano, mesmo com as viagens bônus a Fiji ou ao Hawaii.
Eu tinha também dois amigos, um era grande surfista e meu sócio durante cinco anos, quando éramos “fishermens”. Ele faleceu em um acidente improvável com um barco. O outro foi fazer um curso com Jaques Cousteau (um dos maiores oceanógrafos do mundo) e nos ensinou ser possível montar fazendas no mar.
Depois das sessions de surf ficávamos fazendo um monte de perguntas para ele, sobre como era ter uma área no mar, como eram criados os mexilhões, as ostras, as vieiras e os peixes.
Uma das coisas que ele nos contou é que a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a aquicultura representa a geração de instituições e sistemas capazes de controlar os recursos ambientais com mais eficácia, garantindo sua sustentabilidade e a convivência harmônica com as demais atividades costeiras.
Para mim o pacote estava completo, além de ser no mar e possível de ser montada perto de lugares com ondas, as fazendas marinhas são ambientalmente sustentáveis o que garantiria a produção por dezenas de anos!
Este amigo nos contou o seguinte também: “a aquicultura está em expansão no planeta e a produção brasileira cresceu em média 15% nos últimos quatro anos, mas ainda mantém pequena participação global, de cerca 0,4%, sendo a China o maior produtor mundial, seguida pela Indonésia e Índia, em segundo e terceiro lugar respectivamente”.
Na América do Sul, o Chile é o maior produtor. A aquicultura é um setor jovem que cresceu rapidamente somente nos últimos 50 anos no Ocidente. No Brasil, este setor começou a desenvolver-se a partir da década de 1980, e hoje responde por 30% do pescado consumido nas mesas brasileiras.
Para comparações, em 2007 o agronegócio mundial, envolvendo os setores da agropecuária, pescados, madeiras, couros e fibras, movimentou um comércio de US$ 609,8 bilhões. Em termos de proteína de origem animal, o mercado mundial de carne bovina in natura foi de 5,8 milhões de toneladas, ao valor de US$ 23,1 bilhões e o mercado de frangos foi de US$ 12,7 bilhões, movimentando 9,1 milhões de toneladas.
É incrível, mas mesmo sendo um recurso tão intensivamente explorado a nível mundial, o valor do mercado mundial de pescado é de US$ 92,3 bilhões, ou seja, 15% do valor total do agronegócio mundial, quatro vezes maior que o mercado mundial de carne bovina e 7,2 vezes maior do que o mercado mundial de frangos. O volume de pescado mundial é de 144,8 milhões de toneladas, ou seja, 24 vezes superior ao volume mundial de carne bovina.
Somente o valor do mercado mundial de camarão em 2006 foi de US$ 14,1 bilhões, ou seja, superior ao valor do mercado mundial de frangos em US$ 1,4 bilhões, e o valor do mercado de moluscos no mesmo ano foi de US$ 57,6 bilhões, mais do que o dobro do valor do mercado de carne bovina in natura. Existem grandes empresas fazendo lucros incríveis nessa indústria.
Então uma fazenda marinha pode estar perto de um lugar com ondas, ser sustentável e dar lucro! Fui pesquisar mais sobre o assunto e descobri que para criar mexilhões, ostras, vieiras ou peixes existem equipamentos que “plantam”, cuidam, colhem, e embalam o produto das fazendas marinhas.
A aquicultura é na verdade uma indústria altamente tecnificada, e nesse cenário o Brasil tem muito para se desenvolver em um campo novo e interessantíssimo de trabalho, com pouca ou nenhuma concorrência.
Então, se você quer morar perto de um lugar com ondas, ter um horário flexível de trabalho e ainda ganhar dinheiro, além de ser surfista profissional, sua profissão ou seu investimento podem ser nesta nova e promissora indústria: a Aquicultura.
Várias toneladas de cação e lagostas, muito surf e cinco anos depois, achei que o dinheiro é que iria realizar o meu sonho. Fui atrás dele e percebi que na verdade este caminho faz com que os sonhos sejam na maioria das vezes adiados, ou até ficando em segundo plano, mesmo com as viagens bônus a Fiji ou ao Hawaii.
Eu tinha também dois amigos, um era grande surfista e meu sócio durante cinco anos, quando éramos “fishermens”. Ele faleceu em um acidente improvável com um barco. O outro foi fazer um curso com Jaques Cousteau (um dos maiores oceanógrafos do mundo) e nos ensinou ser possível montar fazendas no mar.
Depois das sessions de surf ficávamos fazendo um monte de perguntas para ele, sobre como era ter uma área no mar, como eram criados os mexilhões, as ostras, as vieiras e os peixes.
Uma das coisas que ele nos contou é que a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a aquicultura representa a geração de instituições e sistemas capazes de controlar os recursos ambientais com mais eficácia, garantindo sua sustentabilidade e a convivência harmônica com as demais atividades costeiras.
Para mim o pacote estava completo, além de ser no mar e possível de ser montada perto de lugares com ondas, as fazendas marinhas são ambientalmente sustentáveis o que garantiria a produção por dezenas de anos!
Este amigo nos contou o seguinte também: “a aquicultura está em expansão no planeta e a produção brasileira cresceu em média 15% nos últimos quatro anos, mas ainda mantém pequena participação global, de cerca 0,4%, sendo a China o maior produtor mundial, seguida pela Indonésia e Índia, em segundo e terceiro lugar respectivamente”.
Na América do Sul, o Chile é o maior produtor. A aquicultura é um setor jovem que cresceu rapidamente somente nos últimos 50 anos no Ocidente. No Brasil, este setor começou a desenvolver-se a partir da década de 1980, e hoje responde por 30% do pescado consumido nas mesas brasileiras.
Para comparações, em 2007 o agronegócio mundial, envolvendo os setores da agropecuária, pescados, madeiras, couros e fibras, movimentou um comércio de US$ 609,8 bilhões. Em termos de proteína de origem animal, o mercado mundial de carne bovina in natura foi de 5,8 milhões de toneladas, ao valor de US$ 23,1 bilhões e o mercado de frangos foi de US$ 12,7 bilhões, movimentando 9,1 milhões de toneladas.
É incrível, mas mesmo sendo um recurso tão intensivamente explorado a nível mundial, o valor do mercado mundial de pescado é de US$ 92,3 bilhões, ou seja, 15% do valor total do agronegócio mundial, quatro vezes maior que o mercado mundial de carne bovina e 7,2 vezes maior do que o mercado mundial de frangos. O volume de pescado mundial é de 144,8 milhões de toneladas, ou seja, 24 vezes superior ao volume mundial de carne bovina.
Somente o valor do mercado mundial de camarão em 2006 foi de US$ 14,1 bilhões, ou seja, superior ao valor do mercado mundial de frangos em US$ 1,4 bilhões, e o valor do mercado de moluscos no mesmo ano foi de US$ 57,6 bilhões, mais do que o dobro do valor do mercado de carne bovina in natura. Existem grandes empresas fazendo lucros incríveis nessa indústria.
Então uma fazenda marinha pode estar perto de um lugar com ondas, ser sustentável e dar lucro! Fui pesquisar mais sobre o assunto e descobri que para criar mexilhões, ostras, vieiras ou peixes existem equipamentos que “plantam”, cuidam, colhem, e embalam o produto das fazendas marinhas.
A aquicultura é na verdade uma indústria altamente tecnificada, e nesse cenário o Brasil tem muito para se desenvolver em um campo novo e interessantíssimo de trabalho, com pouca ou nenhuma concorrência.
Então, se você quer morar perto de um lugar com ondas, ter um horário flexível de trabalho e ainda ganhar dinheiro, além de ser surfista profissional, sua profissão ou seu investimento podem ser nesta nova e promissora indústria: a Aquicultura.
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