Planta transgênica pode substituir o âmbar cinza de baleia
Os melhores perfumes do mundo geralmente usam como fixador uma
substância obtida no vômito das baleias. O âmbar cinza é raro, caro -
chega a custar US$ 10 mil o quilo - e muitas vezes está associado à
pesca predatória do cetáceo. Em Moby Dick, romance de Herman Melville,
caçadas de baleias no Atlântico, Pacífico e Caribe foram descritas.
Agora, cientistas da universidade British Columbia desenvolveram, com a
ajuda da engenharia genética, uma alternativa.
O professor da
universidade Joerg Bohlmann explica que o cis-abienol, um componente
presente na sálvia e em pinheiros, pode substituir o âmbar cinza na
fabricação de perfumes. O problema, até então, era isolar a substância.- Já descobrimos que um gene do pinheiro balsâmico é muito mais eficiente na produção de tais compostos naturais, o que poderia tornar a produção deste bioproduto mais barato e mais sustentável – afirmou Bohlmann.
Nesta quinta-feira, Bohlmann e seu colega Philipp Zerbe publicaram na revista “Biological Chemistry” uma pesquisa que pode facilitar a produção em larga escala do composto. Eles afirmam que é possível criar leveduras geneticamente modificadas, que produziriam o cis-abienol. A British Columbia licenciará uma companhia de biotecnologia para comercializar o produto.
- Se você perguntar para as pessoas o que elas preferem, se um componente na pele delas que venha do vômito da baleia ou uma resina vinda de uma árvore cheirosa, eles não deverão fazer a primeira escolha – disse Bohlmann.
Durante séculos, o âmbar tem sido valorizado. A substância oleosa é secretada pelo esperma das baleias para proteger seus sistemas digestivos. Quando os animais vomitam, o âmbar reage com a água salgada dos oceanos. O âmbar cinza parece uma rocha.
Fonte: ipesque
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